Teve uma vez que um vizinho apareceu com uns coelhos. Oba, diz o filho dele, vai ter ovo de graça.
Aí o guri pegava e revirava aquela coelha a torto e a direito pra ver se não tinha um ovo despontando.
Teve uma vez que um vizinho apareceu com uns coelhos. Oba, diz o filho dele, vai ter ovo de graça.
Aí o guri pegava e revirava aquela coelha a torto e a direito pra ver se não tinha um ovo despontando.
Tinha um cara lá que morou num lugar chamado Calgary. Daí, tudo que ele via no Brasil ele tinha que comparar.
Passava um motoqueiro fazendo barulho? Em Calgary isso não acontece. Vinha um cara pedir dinheiro? Em Calgary isso não acontece.
A serra é um lugar que faz pensar bastante no Eclesiastes:
Eu me voltei e vi
névoa-nada sob o sol
Uma bruxaria pra que a chuva dê um tempo é falar de livros que tratam da seca, do deserto, do estio. Quem sabe se, pensando no outro extremo, não se chega a um equilíbrio?
É um romance do Dino Buzzati, de 1940. Um livro sobre deserto, em termos de paisagem. Mas mais do que isso me parece um livro sobre solidão. O que é também uma espécie de deserto, só que de cada um.