Às 11 horas do dia 15 de janeiro, um homem calvo de talvez quarenta anos saiu correndo pela porta dizendo “mira, mira!” – e era um lagarto, o ser a ser mirado.
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Necrológio da Tupperware
Ó, Tupperware, que armazenastes tantas papinhas de bebês e marmitas de papais.
Ó, cara Tupperware, que fostes renda para as mulheres do bairro, em festas de divulgação daquele modo revolucionário de conservar o resto de comida, baseado na filosofia do é pecado jogar fora hoje, melhor deixar esquecido no fundo do congelador até a limpeza natalina, contexto liberador dos pecados culinários e permissivo a todos os desperdícios.
O trovador Alfredo
Tem um cara que é o Alfredo, um professor aposentado. Mas também, com um nome desses, se não for um professor aposentado…
Desvio morto
Ali em cima passava o trem, onde agora a piazada vive debaixo da árvore fumando. E tomando cachaça, que é o jeito, tem uma coisa que pede, parece. Pelo menos fizeram um tipo duma praça, o pessoal fica sentado. Essas casas tudo foram sendo feitas na época da ferrovia, tudo gente que veio de fora, Vacaria, Bom Jesus, trabalhar na ferrovia. Ficaram. Tudo beco enviesado, as rampas no morro.
Fábula do Arroio Floresta
Era uma vez um riozinho que corria de cima pra baixo. Que rio não é bobo: faz o fácil. E isso, no caso, conflui com o necessário.