Ali em cima passava o trem, onde agora a piazada vive debaixo da árvore fumando. E tomando cachaça, que é o jeito, tem uma coisa que pede, parece. Pelo menos fizeram um tipo duma praça, o pessoal fica sentado. Essas casas tudo foram sendo feitas na época da ferrovia, tudo gente que veio de fora, Vacaria, Bom Jesus, trabalhar na ferrovia. Ficaram. Tudo beco enviesado, as rampas no morro.
Categoria: Crônica
Fábula do Arroio Floresta
Era uma vez um riozinho que corria de cima pra baixo. Que rio não é bobo: faz o fácil. E isso, no caso, conflui com o necessário.
O urubu da crônica
Acaba de pousar na sacada do prédio em frente. Está em cima do morro mais alto do bairro. Está de olho.
Retrato universal de bairro interior
Amanhece o dia, graças aos aposentados que continuam levantando às cinco da manhã, inconformados com o fato de que não precisam mais ir pra firma.
A lenda do cavaleiro da capa preta
Já foram mais frequentes os avistamentos do cavaleiro na praça. Dizem que, nas noites de neblina, ele vinha subindo da região conhecida como São Pelegrino, girava em torno do chafariz (onde o cavalo matava a sede), tirava o chapéu diante da araucária e sumia quando se aproximava da igreja. A capa preta ficava no ar, baixando, baixando, que nem pena de urubu. Evaporava quando tocava o chão.