Meu nono, aos noventa anos, a cada pontada de dor no braço se lembrava de quando era guri e tinha que arrastar toras no interior de Vila Oliva, fazendo elas descerem pelo arroio Macaco até alguma serraria. Aí elas seriam transformadas em “taubas tão bonitas”, como diria Gildo de Freitas, ídolo do meu vô e dos peões de sua época.
Categoria: Crônica
Sebo bar do Gualter
Casa na esquina. Venezianas desengonçadas, reboco descascado, forro esfarelado por cupins e telhas quebradas. Lona de caminhão para evitar o pior, por cima do teto. Remendos dispersos. Casaco de lã quadriculado vermelho, preto e amarelo. Mais amarelo. Fumava, o dono do sebo.
O Congresso dos Estados
Na conferência de abertura falou o Estado de Emergência, chamado às pressas para substituir o Estado Democrático de Direito que, por razões de força maior, não pôde estar comparecendo ao encontro.
Plateia de obra
Em Bolonha, existe um nome específico para o cidadão que costuma parar e olhar obras na rua. É o umarell, que pode ser traduzido, com carinho, por “homenzinho”.
Como fazer pão
Nada pode ser tão prático. É a comida do café da manhã, do café da tarde, da parada de ônibus. É o alimento de quem não tem tempo. É o alimento atemporal.