Parece mentira, mas tinha dois lá, dois irmãos, que era o Comércio e a Indústria. O pai, diz que ele trabalhou no Clube da Indústria e do Comércio, o homem viu isso e pensou taí, vou botar prosperidade pra minhas crias.
Categoria: Crônica
Seu Guerino da Mulada
“Cada pago com sua praga”, diz que dizia o Buiú, “mas tem praga que dá por tudo”.
Uma é a leitura, que descaminha neurônios, promove despencamento de pálpebras e aviltamento da vista.
Outra é a nostalgia, que cava chagas nos peitos mais capacitados, racha diques nos olhos mais brilhosos e estoura, tal qual taquaral que alguém foi lá tacar fogo pra espantar cruzeira.
Segunda parte do Seu Guerino da Mulada
Deixamos o engenhoso e mentecapto gaúcho tiritando pela Dioneia da Jaquirana à beira de um banhado, mas nos papéis recebidos de Sid, o verdadeiro autor desta história, consta que conta a lenda que Seu Guerino da Mulada partiu por serras e canhadas, planaltos e pampas em busca das mais palpáveis batalhas por liberdade contra imperiais e correntinos, ingleses e mouros, e que saiu da Mulada pilchado o mais que pôde com botas e esporas e lenços e couros, montado em seu matungo carroceiro chamado Brizola, pela pelagem do bicho, meio brizzolato — vale dizer “agrisalhado” (Seu Guerino, pelo mal de seus pecados, tinha lá uma ascendência italiana, no que ele não via problema já que se dizia herdeiro dum capitão mui leal a Garibaldi).
Saudações a Caxias
Caxias decidiu comemorar o aniversário depois de velha. Tadinha, trabalha demais. Comé que vai ter tempo de aproveitar a vida?
Caxias, a das três mil chuvas por ano.
O poderoso patrão
O homem saiu do banho e pensou que hoje podia botar aquele perfume. Não era qualquer dia, né, era o casamento da grande filha dele. Grande filha não, saiu estranho isso, era o grande casamento da filha dele, a única, depois de quatro guris. Ou ela era a do meio, algo assim.