Às 11 horas do dia 15 de janeiro, um homem calvo de talvez quarenta anos saiu correndo pela porta dizendo “mira, mira!” – e era um lagarto, o ser a ser mirado.
Autor: Paulo Damin
Poemas de um goleiro-linha
O Marco se autointitula goleiro-linha. Um cara que tem uma meta fixa a ser guardada, mas que dá umas escapadas de vez em quando pra explorar o campo.
Este livro deixa isso evidente. É um livro que, na verdade, são pelo menos quatro.
Lendo Ronald Augusto
“Polêmico”, disse uma colega professora, quando o Ronald passou por Caxias, tempos atrás. Deve ser porque ele é um filósofo. Ou porque comentou a falta que a crítica faz pra literatura. Ou então porque o Ronald escreve versos “experimentais”, ou mesmo experimentais sem aspas.
Vida e história de Nanico Pipetta
1. Rumo à Itália
Chamavam ele de Nanico — Pipetta, Polpetta, Pipoca… Mas sempre Nanico. Muito chique o rapaz: olhos de azeitona, nariz de rolha de espumante. Diz que era descendente do famoso Nanetto Pipetta, aquele que nasceu na Itália e veio buscar a Cocanha no Brasil. Só que a história do Nanico é ao contrário: nasceu no Brasil e foi pra Itália buscar a Cocanha.
Foi assim:
Um duplo na Colônia
Existem dois personagens notáveis na serra gaúcha do século XIX. Um kaingang que, a partir dos onze anos, passou a viver entre brancos, e um alemão que, a partir dos onze anos, passou a viver entre indígenas.