O narrador de uma obra literária de ficção é, por si, uma criação literária. É como o trabalho de um ator que, quando vai representar um personagem, precisa fazer um estudo das referências desse personagem, da história dele, como ele se movimenta, como fala, o que come, como ele dorme, quem ele ama, quem ele odeia. Isso é um recurso de criação artística que funciona muito bem pra criar um narrador também. Porque isso serve muito pro corpo.
Autor: Paulo Damin
Uma noite no arquivo
A nostalgia, dizer-vos-ei, é um barato. Há que cuidar, inclusive, porque vicia. Sob aquela capa de inteligência (“Vou ali no museu olhar uns mapas”), esconde-se toda uma dinâmica tão grave quanto beber graspa às duas da tarde no Kerwald.
Porto Alegre, tchau
Como numa música do Kleiton e Kledir, um turista pegava o ônibus na sexta de tarde e ia pra Porto Alegre. Se instalava no hotel Uruguai (duas estrelas apagadas), onde havia uma sacadinha no quarto e um interruptor que acionava a Rádio Farroupilha. Aí um turista fumava um cigarro, olhando a rua melequenta e os prédios descascados, só pra se sentir num conto urbano do Sergio Faraco.
Entrevista para o site Literatura RS
Você tem uma rotina para escrita? Você escreve diariamente?
Rotina não, mas escrevo todo dia, nem que sejam notas. Faço música também. Às vezes apenas gravo áudios.
Menos tropical ainda
É um texto corajoso, o ensaio do Gustavo Matte. Obra de um intelectual que não tem medo de correr riscos, um cara que tem compromisso com as ideias que brotam e se misturam na cabeça dele.