Esses tempos falei do Dalton Trevisan aqui. Falei que ele só lia Machado de Assis desde que ficou viúvo, e que em Caxias teria feito sucesso com esse sobrenome.
Pois o Dalton, agora, enviuvou todos os contistas da nação.
Esses tempos falei do Dalton Trevisan aqui. Falei que ele só lia Machado de Assis desde que ficou viúvo, e que em Caxias teria feito sucesso com esse sobrenome.
Pois o Dalton, agora, enviuvou todos os contistas da nação.
Quando eu era pequeno, em Caxias, eu pensava no Pozenato com incômodo. Um certo ranço de guri de bairro, que vê qualquer outro como privilegiado. Sempre o Pozenato, eu dizia. A tv só entrevista ele, o único escritor serrano considerado como escritor é ele.
Envelheci, cansei e fui tentar me livrar desse rancor. Ler de fato as obras do Pozenato ajudou.
Uma bruxaria pra que a chuva dê um tempo é falar de livros que tratam da seca, do deserto, do estio. Quem sabe se, pensando no outro extremo, não se chega a um equilíbrio?
É um romance do Dino Buzzati, de 1940. Um livro sobre deserto, em termos de paisagem. Mas mais do que isso me parece um livro sobre solidão. O que é também uma espécie de deserto, só que de cada um.
Uma vez o Dalton Trevisan disse que, desde que a mulher dele tinha morrido, ele só lia e relia Machado de Assis.
É como dizer que não lhe interessava a literatura feita depois de 1908. Ou é como dizer que ele se posicionava contemporaneamente (sentimentalmente) no século XIX. Continuar a ler Dalton e Tairone