Como numa música do Kleiton e Kledir, um turista pegava o ônibus na sexta de tarde e ia pra Porto Alegre. Se instalava no hotel Uruguai (duas estrelas apagadas), onde havia uma sacadinha no quarto e um interruptor que acionava a Rádio Farroupilha. Aí um turista fumava um cigarro, olhando a rua melequenta e os prédios descascados, só pra se sentir num conto urbano do Sergio Faraco.
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Entrevista para o site Literatura RS
Você tem uma rotina para escrita? Você escreve diariamente?
Rotina não, mas escrevo todo dia, nem que sejam notas. Faço música também. Às vezes apenas gravo áudios.
Sebo bar do Gualter
Casa na esquina. Venezianas desengonçadas, reboco descascado, forro esfarelado por cupins e telhas quebradas. Lona de caminhão para evitar o pior, por cima do teto. Remendos dispersos. Casaco de lã quadriculado vermelho, preto e amarelo. Mais amarelo. Fumava, o dono do sebo.
A festa secreta
Segunda-feira. Porto Alegre. Ia chover. O pseudônimo do Augusto me convidou pra ir numa festa secreta. Era um encontro numa casa fora do tempo, cheia de escritores mortos tocando jazz.